Um time, ou um país, em busca de seu lugar ao sol!!

O historiador Hilário Franco Junior em seu livro, A dança dos deuses. Futebol, sociedade, cultura, tem como hipótese principal a de que o futebol é o mais representativo microcosmos da história mundial. Pois bem, o confronto entre Fenerbahce e Chelsea é uma forma de vermos a europa hoje. Um confronto entre o 25º time mais rico do mundo (o turco), contra o 4º (o inglês). Ou seja, entre o centro e a periferia do capitalismo europeu.
A Turquia vive entre dois mundos, adentrar na União Européia e ver todas as contradições do capitalismo fazer parte da vida de seu povo ou preservar sua cultura milinar que tem no Islã um dos seus pilares. O Fenerbahce também vive entre dois mundos. Pertencer a elite do futebol mundial ou ficar restrito ao mundo turco. Assim como a elite política turca resolveu ir pelo primeiro caminho, seu time também. O Fenerbahce acaba de vencer o Chelsea, dando um importante passo para fazer história e chegar pela primeira vez as semifinais da principal competição de clubes do mundo.
Sobre o jogo, confesso que me enganei. Achava que a única forma do time turco ganhar do inglês seria com mais uma apresentação de gala de Alex, o que não ocorreu. No primeiro tempo o time de Zico ficou literalmente "encaixado" na marcação das duas linhas de 4 homens que tanto marca o futebol inglês, não criando absolutamtente nenhuma chance de gol. Já o Chelsea chegava com perigo ao gol de seu adversário, abrindo o placar com um gol contra de outro brasileiro do time turco, Deivid. Além disso, criou outras chances, mas o primeiro tempo virou 1 a 0 para o time da terra da rainha.
No segundo tempo o Fenerbahce mudou sua postura. Parece que Zico mostrou aos seus comandados que era possível enfrentar o adversário de igual para igual, sem temer. O Fenerbahce partiu para cima, começou a criar chances de gol, mesmo assim o jogo continuava 1 a 0 para o Chelsea. Aí entrou o dedo do Zico, que colocou Kazim. O jogador com poucos minutos em campo empatou o jogo, após um lançamento de Aurélio que mais parecia um de Alex. O time turco continuou com mais volume de jogo e Deivid se redimiu, fez um golaço, virando o jogo. Os turcos que torcem para seu time com um fevor digno de sua religião foram ao delírio e como que para agradecer a legião de brasileiros, que anda fazendo os turcos olharem de igual para igual para qualquer outro país europeu, tocaram Aqualera do Brasil no estádio. No fim, vitória turca por 2 a 1.
A vitória foi apenas um pequeno passo para este time que vem fazendo história na Turquia, mas sem dúvidas é motivo de orgulho para este povo que vem tendo no futebol algo que ainda não encontraram na política européia: protagonismo.