segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ao seu devido lugar

Ao final desta 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, vemos o Palmeiras na liderança. Fato que não ocorria desde agosto de 2004. Ou seja, a mais de 4 anos. Reflexos de um time que tinha se acostumado a deixar de ser grande. Não honrando com a tradição do clube que foi considerado, por vários veículos de imprensa, como o campeão do século XX.
Agora, o Palmeiras retorna ao lugar que sua grandeza exige. Aos palmeirenses resta esperar e ver se não acontecerá como em 2004, em que no meio do campeonato venderam a principal estrela do time, Vágner Love, o time terminou em 4º e teve que se contentar com a Libertadores.

sábado, 27 de setembro de 2008

Gastos do Pan 2007: um absurdo

A prestação de contas dos jogos Panamericanos do Rio 2007, entre tantos outros indícios de superfaturamento, informou que foram gastos a quantia de R$ 1.137,00 de diária por cada atleta. Um hotel de seis estrelas do Rio tem uma diária em suíte com valores próximos. Com um absurdo desses, era melhor o Comitê Organizador do evento ficar quieto, mas resolveu publicar uma nota para explicar os gastos estratoféricos .
Começou tentando explicar que o preço não deveria ser comparado com o de um hotel, pois são negócios diferentes. Claro. O hotel de 6 estrelas é luxuoso e visa obter muito lucros. Coisa que não combina com o clima olímpico de uma Vila. Depois disse que como era um serviço oferecido para muitas pessoas, os gastos per capita aumentaram. Alguém esqueceu de dar aulas sobre mercado para os organizadores. Segundo este, quanto mais produto você compra de uma empresa, mais caro o preço unitário do mesmo é.
Como a nota não convenceu ninguém, vale divulgar alguns gastos da Vila. Só de lavandeira foram pagos R$ 30 milhões. Ou seja, R$ 200 por diária. A empresa que ganhou este negócio da China foi a Atmosfera. Para efeito de comparação, com alimentação foram gastos R$ 127,00 por diária. Não é a toa que a prefeitura do Rio fez de tudo para não deixar que uma CPI para analisar as contas da prefeitura ano passado ocorresse.
Por essas e outras, sempre fui contra um grande evento esportivo no Brasil. São uma clara oportunidade para corrupção. O que esperar da Copa de 2014?

domingo, 21 de setembro de 2008

Uma justa homenagem

Marcos, goleiro do Palmeiras, é uma espécie rara no futebol brasileiro. Vivemos um tempo que camisas de clube são um produto descartável como um lenço de papel ou copo de plástico. Elas têm um objetivo específico, ir para e europa. Alcançada a meta, são descartadas sem muita cerimônia. Mas é também uma figura rara no futebol mundial, acostumados a jogadores que ao perderem um jogo, em seguida vão para as famosas baladas como se a derrota pouco significasse para eles. Marcos é o antípoda destes dois modelos de jogadores.
O arqueiro joga no Palmeiras desde 92 e o time palestrino é o único da carreira profissional do chamado carinhosamente São Marcos. Todos sabem da identificação de Marcos com a torcida palmeirense e com o clube. O quanto se dedica a este clube e o quanto sofre com as derrotas deste.
Por isso, ao entrar no gramado do Parque Antártica hoje, Marcão será homenageado pela marca histórica de 400 jogos com a camisa do Verdão. Por tudo que Marcos fez, é uma homenagem mais do que justa. Chegar a 400 jogos em um clube é uma raridade. Apenas 12 jogadores, desde o jogo inicial do ainda Palestra Itália em 1915, vestiram a camisa da Sociedade Esportiva Palmeiras mais do que Marcos. Na história recente do Palmeiras, apenas Velloso com 454 jogos e Galeano com 469 tem mais jogos do que o santo. Por isso, Marcos é uma raridade.
Marcos entra definitivamente para a galeria de grandes ídolos do Palmeiras como Ademir da Guia, Luís Pereira, Waldemar Fiúme e Djalma Santos. Esses nomes mesmo depois de décadas que pararam de atuar são lembrados pelo torcedor do time. Assim será com Marcos, daqui a décadas o torcedor palmerense saberá quem foi este jogador e o que fez pelo clube.

sábado, 20 de setembro de 2008

Sobre investimentos

Hoje saiu uma reportagem sobre os investimentos feitos pelo Corinthians. O clube gastou em 2008 entre contratações e renovações de contratos a quantia de R$ 14 milhões. Para os padrões brasileiros é uma quantia enorme. Só para se ter uma idéia, o São Paulo gastou R$ 6 milhões.
O que questiona a reportagem é que o Conrinthians vem desde o fim da parceria com a MSI dizendo que está endividado. Um clube endividado pode gastar tudo isso? Poderiam contrargumentar. MAs o investimento era necessário, pois o time precisava de reforços para estar sobrando, como acontece na série B. O problema é que muitos jogadores contratados nem aproveitados são, como Rafinha, Marcel e Perdigão. Outros, já foram dispensados como Bóvio e Suarez. Além disso, outras contratações geram muitas suspeitas sobre valores, sendo a mais nova os empréstimos de Welington Saci e Eduardo Ramos.
Os leitores tirem suas conclusões sobre os investimentos do Corinthians para este ano.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mercado europeu

Os campeonatos europeus acabam de começar. A maioria está na segunda rodada. Assim, a pouco mais de duas semanas o mercado de transferências europeu, sem dúvidas o maior do mundo, fechou até janeiro. Durante o período de negociações muito se ouviu sobre transferências astronômicas, que superassem a barreira dos R$ 100 milhões em um só jogador. Era Kaká no Chelsea. Cristiano Ronaldo no Real Madri.
Estas mega transações não aconteceram. Mesmo assim, as cifras de transferências continuam a subir. Alguns clubes arrecadaram mais de R$ 100 milhões. São os casos de Porto (R$ 126 milhões), Palermo (R$ 149 milhões)Benfica (R$ 142 milhões). Outros gastaram mais de R$ 100 milhões como Milan (R$ 115 milhões), Fiorentina (122 milhões), Liverpool (174 milhões) e Manchester City (R$ 190 milhões). São números que até alguns anos atrás eram impensáveis. O que coloca uma pergunta. Qual é o limite das cifras?
Uma pergunta difícil de ser respondida. Mas que este blogeiro tão solitário quanto Braz Cubas ao escrever sua memórias tentará responder no próximo post.

domingo, 14 de setembro de 2008

Brasil bate recordes de medalhas nas Paraolimpíadas!

Na última madrugada, o Brasil superou o recordes de medalhas de Atenas, 33,. Com as duas medalhas na natação chegou a 35 medalhas. Este é o melhor desempenho da história de nosso país em Paraolimpíadas.
Independente do número de medalhas este blogueiro vem deixar publicamente suas felicitações a cada atleta brasileiro que foi para a China. A cada prova que vejo, mais me orgulho de cada ser humano que lá está e que superou enormes dificuldades. Seus exemplos são muito maior do que qualquer medalha. São vitoriosos!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Notas pós Olimpíadas II

Continuando a série sobre o pós Olimpíadas para o esporte brasileiro, comento um episódio relatado por Eduardo Tironi em sua coluna no LANCE!. O colunista nos informa que Maycon, jogadora da seleção feminina de futebol prata em Pequim, não quis pedir para que a CBF pagasse seu deslocamento de São Paulo (aonde desembarcou com a delegação feminina de futebol após as Olimpíadas) até Lages, sua cidade natal. Isso mesmo, a CBF não paga deslocamentos pós desembarque para as atletas.
O ocorrido é emblemático de como essa geração não recebeu nada da CBF e nem espera receber. Questionada sobre o fato, a atleta assim respondeu:
_Fui de avião até São Paulo, e depois resolvi viajar de ônibus até Lajes e pagar minha passagem, pois prefiro não depender da CBF. Nem pedi para não ocorrer o risco de ouvir um "não".
Detalhe a passagem custava a enorme bagatela de R$ 100,00. Troco para a CBF.
Pela fala de Maycon se percebe que o Brasil é hoje uma potência no futebol feminino quase que pela "geração espontânea" de boas jogadoras que ocorre no Brasil. A CBF nada fez, e não está no horizonte fazer, para que o Brasil conquistasse algo no futebol feminino. Não planeja campeonatos, não investe um centavo de seu orçamento milionário. Nada mais óbvio se pensarmos na lógica de Teixeira. A seleção feminina pode fazer amistosos milionários que nada acrescentam ao futebol, mas muito aos cofres da CBF? Ela renderá contratos milionários com VIVOS e Nikes da vida? Como a resposta é não, a CBF não liga para o futebol feminimo. E Maycon sabe muito bem disso.

Do Blog do Birner.

Muito se escreveu sobre o(s) significado(s) da vitória do Brasil sobre o Chile. Dos que li, reproduzo aqui os comentários do Vitor Birner. Simples, objetivo e questionador.

Paz para Dunga?
Vitor Birner

A chance do Brasil ganhar bem da Bolívia deve ser levada em conta.
O próximo adversário perdeu 5 dos 7 jogos na eliminatória. Venceu 1. Tomou 20 gols e marcou 8. Está na lanterna.
Se conseguir uma goleada convincente, o astral mudará. Da irreal possibilidade de não ir ao Mundial, para a confortável vice-liderança do torneio.
Para completar o quadro, chilenos e colombianos, ambos com 10 pontos e vindo de derrotas em casa, na quinta e sexta posições, vão se enfrentar, quarta-feira, no Chile.
Caso empatem e o Brasil confirme o favoritismo, abrirá 4 pontos do quinto lugar e Dunga deverá ter paz para os jogos contra a Venezuela, 11 de outubro, em San Cristobal e diante da Colômbia, como anfitrião.
Mesmo que haja um vencedor, o horizonte de 2008 para Dunga é bom.
Você manteria o treinador?
Se não, quando o substituiria?
Mudou de opinião sobre eles depois da vitória?

sábado, 6 de setembro de 2008

Para não esquecermos

No domingo, dia 07, o Brasil jogará com o Chile, no estádio nacional. 4 dias depois será aniversário de 35 anos do golpe de 11 de Setembro chileno. Na data, o presidente Salvador Allende foi deposto por militares comandados pelo general Augusto Pinochet com apoio explícito dos Estados Unidos.
Seria uma ótima data para lembrar o ocorrido para as gerações que nem tinham nascido à época. Mas tudo indica que não será assim. Segundo o jornalista Christian Salgado, do jornal “Las Ùltimas notícias”, não haverá o clássico minuto de silêncio para se prestar homenagens. O jornalista analisa que o Chile hoje está mais para a direita e o minuto de silêncio não seria adequado.
Se a presidente do Chile, Michelle Bachelet, do Partido Socialista não prestará homenagem, nós prestaremos.
Em 11 de Setembro de 1973 o Estádio Nacional, local do jogo de domingo, começou a ser usado como um verdadeiro campo de concentração. Após o golpe que derrubou Allende, os militares começaram a mandar pessoas acusadas de participar do antigo governo socialista para o estádio. Foram 3 meses em que o estádio funcionou como um centro para detenção, interrogatório e tortura. Segundo dados oficiais, mais de 12 mil pessoas passaram pelo Estádio Nacional e 39 morreram.
No documentário “Estádio Nacional”, o ex-prisioneiro Carlos Vargas, relata o seguinte:
_ Um dia vi alguns colegas deitados próximos a um corredor. Só depois fui dar conta que estavam mortos. Eram mais de 20.
Era o início de mais uma ditadura, que marcaram a América entre as décadas de 60 e 80. Mas a chilena, se é que podemos pensar assim, foi a mais sangrenta. Todas apoiadas pelos Estados Unidos.
A diretora do documentário, Carmem Luz Parot, não tem dúvidas em classificar a ditadura chilena de fascista.
_ Era um local para onde chegavam comunistas, travestis, homossexuais. A idéia da junta militar era limpar o país da escória. Um fascismo gigantesco.
Por aqui o governo brasileiro se recusa a abrir os arquivo da ditadura. Por lá não se prestará homenagem os homens e mulheres que deram sua vida para derrubar uma ditadura. Como se vê, a Memória daqueles que lutaram pela liberdade não é tratada como o respeito que merece. Mais ainda, continuam a incomodar parte da classe política de ambos os países. E lá, como aqui, alguns continuam a defender que os seus governos são de esquerda.

Notas pós Olimpíadas I

No último final de semana durante o Troféu Maria Lenk, maior competição nacional da natação, era de se esperar que Cesar Cielo fosse homenageado, reverenciado pelo seu feito em Pequim. Mas como o esporte brasileiro foge a uma racionalidade, isso não ocorreu.
Ao invés de conceder entrevistas como atleta brasileiro e com o uniforme da CBDA, até para valorizar a imagem da confederação, o atleta atacou a entidade. E o motivo é o mais justo possível. A CBDA por discordar que Cielo treine nos Estados Unidos não o patrocina. E também não pagou um centavo de premiação ao nadador. Cielo em entrevista ao jornal Lance! disse:
_Só recebi parabéns até agora.
Assim, nosso maior atleta na última olimpíadas, e em todos os esportes, está em patrocínio desde que no começo do ano deixou de ser um atleta universitário no país do Tio Sam.
Em qualquer lugar do mundo um atleta como Cielo seria usado como exemplo, valorizaria a marca de sua confederação. Mas parece que o Brasil insiste em ser diferente.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Keirrison e Pato na seleção já. Ou em breve.

O futebol brasileiro sempre foi marcado por ter ótimos atacantes. Sendo assim, nossa seleção sempre contou com a nata dos avantes usando sua camisa. Em todas nossas conquistas mundiais tínhamos um atacante fora do comum. Em 58 e 62 vimos os gols salvadores de Vavá em partidas apertadíssimas, como a contra a Russia em 58. Vencemos por 2 a 0, ambos gols dele. Em 70, Jairzinho fez gols em todos os jogos, incluindo o da vitória magra (1 a 0) no jogo épico contra a Inglaterra. Na Copa de 94, Romário não só nos levou até os Estados Unidos, como carregou a equipe burocrática de Parreira ao título. Em 2002, Ronaldo Fenômeno quebrou o recorde de Fontaine como o maior artilheiro de todas as Copas e foi decisivo na campanha. Como também o foi seu companheiro de atacaque, Rivaldo. Fora os tantos outros que não foram campeões mundiais, mas jogavam o fino da bola, como o Diamante Negro e Careca.
Entretanto, após o fiasco de 2006 o ataque da seleção brasileira é marcado por uma grande interrogação. Além disso, tivemos que ver passarem por lá jogadores que estão longe de fazer mérito a história de nosso ataque. Usaram a amarelinha Vagner Love, Rafael Sóbis, Julio Batista e Afonso. É claro que o esquema tático de Dunga não ajuda atacante nenhum e até Romario sofreria jogando como o técnico da seleção quer que jogue o único atacante escalado por ele. Mas uma coisa é certa. Estamos ruim de atacantes, ainda mais comparados a outros tempos.
Por isso, creio que o ataque da seleção deva ser modificado. Temos novos talentos surgindo em 2007 e este ano (nenhum dos atacantes titulares de Dunga é revelação dos últimos dois, três anos). Assim, discordo do que diz nosso técnico. Que alguém para jogar pela seleção tem que ter história no seu time. Proponho Alexandre Pato e Keirrison já para o ataque canarinho. Ambos são muito melhores do que os atuais convocados por Dunga. E o primeiro só não deu certo até o momento na seleção devido ao esquema tático extremamente defensivo de nosso técnico.
Pode ser que o futuro me desminta e Pato e Keirrison não estourem. Mas creio que ambos irão pertencer ao primeiro escalão do futebol mundial. Assim, creio que em breve, com ou sem Dunga, estes serão os titulares da seleção.