terça-feira, 9 de setembro de 2008

Notas pós Olimpíadas II

Continuando a série sobre o pós Olimpíadas para o esporte brasileiro, comento um episódio relatado por Eduardo Tironi em sua coluna no LANCE!. O colunista nos informa que Maycon, jogadora da seleção feminina de futebol prata em Pequim, não quis pedir para que a CBF pagasse seu deslocamento de São Paulo (aonde desembarcou com a delegação feminina de futebol após as Olimpíadas) até Lages, sua cidade natal. Isso mesmo, a CBF não paga deslocamentos pós desembarque para as atletas.
O ocorrido é emblemático de como essa geração não recebeu nada da CBF e nem espera receber. Questionada sobre o fato, a atleta assim respondeu:
_Fui de avião até São Paulo, e depois resolvi viajar de ônibus até Lajes e pagar minha passagem, pois prefiro não depender da CBF. Nem pedi para não ocorrer o risco de ouvir um "não".
Detalhe a passagem custava a enorme bagatela de R$ 100,00. Troco para a CBF.
Pela fala de Maycon se percebe que o Brasil é hoje uma potência no futebol feminino quase que pela "geração espontânea" de boas jogadoras que ocorre no Brasil. A CBF nada fez, e não está no horizonte fazer, para que o Brasil conquistasse algo no futebol feminino. Não planeja campeonatos, não investe um centavo de seu orçamento milionário. Nada mais óbvio se pensarmos na lógica de Teixeira. A seleção feminina pode fazer amistosos milionários que nada acrescentam ao futebol, mas muito aos cofres da CBF? Ela renderá contratos milionários com VIVOS e Nikes da vida? Como a resposta é não, a CBF não liga para o futebol feminimo. E Maycon sabe muito bem disso.

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